O RIO

Todos sabemos da sua existência, porém será que nos damos conta do gigante que escoa todos os dias pela cidade?

A terra, assim como o humano, é um organismo. Possui diferentes biomas, com distintas funções em um conjunto mais amplo. Os rios, são veias, transportam os nutrientes por milhares de quilômetros, e por onde passam trazem consigo a possibilidade de vida, tanto para os seres humanos quanto para a grande maioria das espécies vegetais e animais no planeta.

Nossos rios não são diferentes, suas margens ainda são verdejantes em muitos trechos, suas bordas ainda abrigam capivaras e garças. Nós nos recusamos a olhar para esses monumentos, patrimônios da cidade de São Paulo, como algo passível do mínimo respeito que se resguarda a exuberante natureza inerente a nossa região. Eles continuam, vagarosos e humildes, aceitando todo tipo de ultraje, continuarão depois que nós nos formos, continuaram antes que viéssemos.

Não há mais desculpa para a situação atual. Há quem diga que a limpeza dos nossos rios é um estorvo econômico sem tamanho, porém cometem o erro crasso de esquecer que dependemos de rios similares aos nossos, todos os dias. Estorvo econômico real é depender de rios a centenas de quilômetros daqui.

A região metropolitana de São paulo consome cerca de 70 m³ de água por segundo, sendo que a maior parte dessa água vem do sistema Cantareira (33m³ por segundo), que consiste em um enorme aparato de captação e tratamento de água, notável pela distância entre o mesmo e a região que abastece (São Paulo). Quando se menciona enorme, leia-se um dos maiores do mundo, e quando se diz distante, queremos dizer Sul de Minas.

O rio tietê, por exemplo, pode ter vazões superiores a 33m³ por segundo facilmente, chegando a casa da centena ou até milhar, e se juntado aos seus irmãos Pinheiros e Tamanduateí, poderiam suprir a nossa sede por água.

Além da praticidade dos rios, quem já pode parar sobre uma das nossas pontes e admira-los certamente percebe que, ao marginalizar os rios (ironia),  nos inibimos do  prazer de viver sob o detentor do poder da vida, e por isso, perdemos um pouco da mesma.

Quanto custa tudo isso? Mais do que a limpeza do rio?

Rio Pinheiros 19/09/2011 17:29

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