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Mostrando postagens de julho, 2018

Jornada

Quaisquer fossem as suas inspirações para chegar até aqui, quaisquer fossem as forças interiores e anteriores que o regiam até esse momento fatal, não havia nada que houvesse preparado-o para as experiências que vinha tendo somadas àquelas que viria a ter. A vertigem da eternidade, o silêncio do eterno, o frio da solidão, todos eles se misturavam em uma amalgama que confundia sonho e realidade, expectativa e medo, incerteza e rotina. Já não havia mais pedra para se agarrar. Os portos quase todos ruíram, as ilhas submergiram frente aos temporais que assolavam a terra naquele período. Um ou outro farol brilhava, longínquo, fosco, tão distante que não era possível distingui-lo de uma remota miragem, que, por força do desejo, se põe no horizonte, sem compromisso de se tornar verdade. Agora eu boiava. Já não me debatia mais contra as ondas. Tentava só manter o rosto fora d'água. Respirar. A respiração, como já ensinavam os antigos iogues, é a fronteira entre o consciente e o incons